Conta-se a história da moça que se casou com um fazendeiro rico, cujo hobby era pescar aos domingos pela manhã e a seguir levar o que pescou para o almoço.
No primeiro domingo de sua vida de casado, foi ele para o rio; naquele dia pescou um belo e grande peixe.
Voltou para casa todo orgulhoso, levando o seu pescado para a esposa preparar. A jovem dona de casa fez o almoço com todo o carinho e esmero e pôs a mesa. Qual não foi a decepção do fazendeiro! Seu bonito peixe não foi servido inteiro; estava cortado próximo ao rabo!
Ele, decepcionado, pergunta-lhe:” Por quê você cortou o rabo do peixe? Eu gosto que ele seja servido inteiro, em um bandeja”.
E ela responde:”Eu aprendi assim com minha mãe e sempre fiz assim”.
Ela vai até sua mãe e lhe pergunta por que corta o rabo do peixe;sua mãe diz que também aprendeu com a mãe.
Não conformada com a resposta, a jovem dona de casa procura sua avó, que também lhe dá a mesma resposta. Ela então vai à sua bisavó, que lhe responde:”Eu sempre cortei o rabo do peixe porque minhas panelas eram muito pequenas e não comportavam o peixe inteiro”.
Hábitos aprendidos, que são repassados à geração seguinte, sem questionamento, sem reflexão. Nossa vida está cheia de exemplos assim. Temos comportamentos, costumes, que julgamos corretos só porque a maioria faz, mas nunca paramos para analisar se verdadeiramente são corretos; vivemos o que aprendemos e seguimos em frente sem questionar a verdade.
Por quê a maioria das mulheres optam pelo aleitamento artificial, pelas mamadeiras para alimentarem seus bebês???
Por quê um ato ecológico, tão natural, como o aleitamento materno, foi substituído pelas mamadeiras???
Você quer mesmo saber? Então venha comigo!
Os avanços tecnológicos possibilitaram a utilização do leite de vaca em larga escala, incluindo a produção de leite em pó. O aleitamento materno que, até então, era um fenômeno de natureza biológica, passa a ser controlado por leis de mercado. INFELIZMENTE, pois isso custou a vida de milhares de crianças, produzindo em outros milhares a desnutrição, com suas graves seqüelas por toda a vida.
É claro que foi bom o avanço tecnológico de se ter uma opção de leite para os raríssimos casos em que a amamentação fosse inviável, mas daí infiltrar-se sorrateiramente no subconsciente de populações inteiras, mudando o curso natural da vida, é no mínimo desumano.
A indústria de leite em pó precisava de um mercado consumidor para os seus produtos em franca expansão.
Ela começou então o seu marketing, colocando uma dúvida nas pessoas quanto à quantidade e qualidade do leite materno, passando de forma subliminar, a idéia de que algumas mulheres podem ter leite fraco e ou produzir pouco leite.
Vejam a propaganda abaixo do ano de 1921. Cliquem na imagem para ler o conteúdo. A propaganda é bem astuta: "Se a senhora não tem leite ou tem leite fraco ou de qualidade inferior, use o LACTÍFERO..."
Está mais do que provado que não existe leite fraco, nem mulher que produz menos, mas uma propaganda dessa com o cunho científico "PRECIOSA DESCOBERTA DA FHARMACEUTICA JOANNA STAMAIO BERGAMO", gera insegurança no aleitamento materno.
Mais uma propaganda, afirmando que o aleitamento sem um "tonificante"é insuficiente para a nutrição das crianças...
Mais um "tonificante"...
Aqui, 1933, já a propaganda do próprio leite em pó, Nestogeno, anunciado também com um cunho científico..."a mesma fórmula que tem feito o prestígio do Nestogeno entre os médicos pediatras do mundo inteiro".
(Na verdade achei este bebê com a carinha muito triste; acho que sua expressão facial profetizava o que estava para acontecer com milhares de bebês no mundo inteiro.)
Outro leite anunciado com ênfase no aspecto científico "Empregado pela classe médica há mais de um terço de século". É tudo bem sutil... Vejam que agora a propaganda não está somente em uma revista leiga, mas em uma revista médica...
Mais uma vez os produtos são apresentados com a idéia de racionalidade e ciência.
A propaganda que agora gera dúvida no Pediatra, sobre a quantidade e qualidade do leite materno.
Mais propaganda para o Pediatra, enfatizando a simplificação na recomendação do leite em pó para TODOS os bebês, "no estado normal e no patológico".
E aqui a idéia de que o médico é que sabe qual leite recomendar ao bebê. Paralelamente a indústria continua bombardeando a classe médica com sua campanha publicitária. Leiam o conteúdo desta propaganda.
Aqui a propaganda de que o leite em pó pode ser oferecido logo após o nascimento...
O leite em pó é apresentado como um super alimento...
... semelhante ao leite materno...
... e que deve ser usado como complementação do aleitamento materno...
... reforçando o conceito da utilização da mamadeira, desviando completamente o foco do aleitamento materno...
... que já se tornou desnecessário, pois a indústria tem uma linha completa para o primeiro ano de vida, mantendo sempre a idéia de ciência a serviço da nutrição.
(Fonte: "Repensando a desnutrição como questão social" Paulete Goldenberg
2a edição. Editora da Universidade Estadual de Campinas).
Meninas, esta história é longa; continuo depois. Deu para entender um pouco porque a mamadeira é tão difundida? Meros interesses comerciais.
Vamos ao caso real de hoje: ANDREIA LICA do blog
"Renovando e Reciclando". Gente, passem lá para conhecer esta mulher maravilhosa, um amor de pessoa, com um blog cheio de coisas fofas, que nos inspiram a enfeitar nossas casas.
(Andreia amamentando seu baby SUPER FOFO. )